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5 coisas que você não sabia sobre a azoospermia e que podem mudar sua opinião sobre o tratamento da infertilidade masculina

azoospermia

A azoospermia é a ausência de espermatozoides no ejaculado. Na maioria das vezes, o homem é diagnosticado com azoospermia quando está tentando engravidar a parceira sem sucesso, e inicia a investigação com o exame de espermograma.

O laudo de azoospermia quase sempre vem acompanhado de um choque: será que nunca poderei ter filhos? Muitas vezes o casal passa com um médico não especialista que confirma – “você nunca será capaz de engravidar sua esposa”. Esse post vem para desmistificar alguns conceitos errados sobre a azoospermia!

1 – A azoospermia nem sempre é sempre causada por queda da produção de espermatozoides

Na maioria das vezes, podemos dividir a azoospermia em 2 grandes grupos: causas não obstrutivas (queda da produção) e causas obstrutivas. Isso significa que parte dos pacientes azoospermicos tem produção de espermatozoides normal, mas eles são azoospérmicos pois há uma obstrução que impede a saída de espermatozoides.

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Anatomia testicular. Os espermatozoides são produzidos no testículo, e são conduzidos à próstata através de ductos microscópicos. A obstrução destes ductos pode levar a azoospermia obstrutiva.

2 – Alguns casos de azoospermia podem ser tratados sem a necessidade de reprodução assistida

Após avaliação pelo médico especialista em infertilidade masculina, é possível detectar casos de azoospermia que tem causa reversível. Ou seja, alguns pacientes podem ser tratados clinicamente (com medicamentos), ou cirurgicamente, com possibilidade de retorno de espermatozoides ao ejaculado e de gestação natural.

3 – Certas medicações ou tratamentos médicos podem causar azoospermia

Medicações como os esteroides anabolizantes e quimioterápicos são capazes de causar azoospermia. Mesmo a reposição de testosterona em doses não elevadas, cada vez mais usada hoje na prática clínica, pode levar à azoospermia. Na maioria das vezes o quadro é transitório e pode ser tratado com medicamentos. E sim, a tão propagandeada testosterona bioidêntica também pode causar azoospermia!

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A reposição de testosterona é uma das principais causas da azoospermia não obstrutiva, e é reversível com o tratamento adequado.

4 – Muitos pacientes com diagnóstico de azoospermia não são verdadeiros azoospérmicos

O espermograma no paciente com baixa concentração de espermatozoides é difícil de ser realizado e muitas vezes pode ser alvo de erro laboratorial. Eu, como especialista em infertilidade masculina, sempre repito o exame em laboratório de confiança para confirmar a azoospermia. Na minha experiência, até 20% dos pacientes que chegam no consultório com diagnóstico de azoospermia tem raríssimos espermatozoides no ejaculado, que podem ser congelados e utilizados em tratamentos de reprodução assistida com alta taxa de sucesso para gestação.

5 – Em boa parte dos casos, a microcirurgia pode ajudar no tratamento das azoospermias

Quando não há possibilidade de retorno de espermatozoides ao ejaculado, a microcirurgia é a aliada do especialista em reprodução assistida. Com a microcirurgia conseguimos encontrar espermatozoides em até 50% dos pacientes azoospérmicos de causa não obstrutiva, e esse valor pode chegar a mais de 90% nos pacientes com azoospermia obstrutiva.

A avaliação do paciente azoospermico por médico especialista em infertilidade é indispensável. A azoospermia é uma doença de diagnóstico complexo, e o andrologista especialista é o profissional mais adequado para o diagnóstico da causa e para orientar a melhor forma de tratamento.

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Guilherme Wood

Urologista e Andrologista

  • Graduação, residência e doutorado em Urologia pela Universidade de São Paulo.
  • Fellowship pelo Massachusetts General Hospital em Boston-EUA.
  • Especialista em cirurgia robótica, microcirurgia e infertilidade masculina.
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